E nestes processos que a arte est presente, no s no desenho como na narrativa. Meu trabalho com a arte vai alm de artes plsticas, compreende um trabalho esttico da infncia. A poesia (a ao esttica) , nesse caso, pode ser entendida como todo o universo da arte, sinnimo de tudo quanto inteiro, envolvendo pensamento e sentimento, razo e emoo.Poesia vida pulsando, imaginao e sonho fazendo-se cores, formas, sons, gestos, movimentos.(OSTETTO, 2007). Para estabelecer um contato com uma criana , acredito que, sempre equilibrando o contar e o escutar, deva privilegiara escuta. Buscar dentro de si o prazer de escutar, escutar com todos os sentidos disposio e comunicar esse prazer s crianas.A escuta complexa. a ateno tambm para o no dito, para o invisvel, para o evocado... A ateno originalidade de cada signo. Os pequenos falam com os olhos e com seus silncios. Os olhos que acompanham os silncios das crianas s vezes nos abrem portas para mundos desconhecidos. Portas que muitas vezes nos custa ver. E perdemos mil ocasies de nos surpreender. Silncios, olhos curiosos e surpresos. Uma viso da arte como um processo contnuo e cotidiano, que envolve pesquisa (duvidar, fazer perguntas, buscar, experimentar, explorar materiais, ideias e possibilidades), conquista de autoconfiana (a crena pessoal na capacidade de fazer e aprender, ensaiando autoria), coragem de ir aonde no se conhece, l onde o oculto do mistrio se esconde. Por tanto, o meu trabalho se baseia em trs pilareso fazera apreciaoa contextualizao. E tendo como um propulsor a educao das mltiplas linguagens que Loris Malaguzzi difundiu na educao em Reggio Emilia. Trabalho com materiais que podero expressar os desejos,as falas silenciosas das crianas, podendo ou no ser materiais concretos, tem como base estes, porm nada descarta uma msica, luzesepoesia. Meu trabalho tentar poetizar os silncios falantes das inquietaes e desejos das crianas, podendo ou no ter uma interlocuo com os projetos vigentes. A criana feita de cem.