arte

Eles trabalharam muito na vida e hoje estão aposentados, com tempo de sobra e precisando de alguma atividade para manter a cabeça em bom funcionamento . Para esse público, que às vezes sofre com perdas cognitivas e efeitos colaterais da vida, o artista plástico Marcelo Adão dos Santos oferece a arteterapia. Marcelo é formado em Artes Plásticas, tem pós-graduação em Arteterapia e trabalhou durante bom tempo com idosos em Belo Horizonte. Seu trabalho é baseado em desenhos e pinturas e tem como objetivo trazer um amparo emocional e resgatar a autoestima do idoso, por meio da expressão artística. “Não é porque a pessoa envelhece que deixa de ser criativa, produtiva e importante”, afirma. Em Belo Horizonte, Marcelo trabalhou em casas de convivência e desenvolveu diversas atividades. Muitas das experiências fizeram parte de seu trabalho final no curso de pós-graduação. Para ele, alguns resultados superaram as próprias expectativas. Entre vários casos interessantes, um deles chama a atenção. Um de seus clientes havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) e perdido os movimentos de um lado do corpo. Apesar do problema, o aposentado tinha uma “cabeça ótima” e não aceitava a recomendação médica de ficar parado. Como trabalhou a vida inteira, inclusive como gerente de banco (sabia as cotações diárias do dólar), buscou refúgio na arteterapia. Marcelo começou atendê-lo em casa uma vez por semana e ajudá-lo a desenvolver seus talentos artísticos. Adepto da pintura, o idoso fazia das sessões um momento único. “Era quando ele se levantava da cama para fazer alguma coisa”, conta o arteterapeuta. Com o passar do tempo, começou a se sentir mais capaz e era reconhecido socialmente pelo que fazia . “Ele pintava os quadros em uma semana e na outra, quando eu voltava, o quadro não estava mais lá. Eu perguntava e ele dizia: ‘Ah, fulano gostou muito e dei para ele’”, conta Marcelo. Em outro episódio vivenciado dentro de uma casa de convivência, a arteterapia