arte
Património
Originalmente a palavra património está ligada a estruturas tanto económicas e jurídicas como familiares, dentro de uma sociedade confortável, enraizada no tempo e espaço, ou seja, é a síntese dos valores de identidade que uma sociedade reconhece como próprios. Tem sido, desde o início até aos tempos de hoje, tema de discussão e constantes contradições, foi requalificada por diversos adjetivos como genético, natural, histórico, etc, tornando-se um conceito nómada que segue o seu percurso.
“A palavra património, ainda hoje tem a capacidade de expressar uma totalidade difusa, à semelhança do que ocorre com outros termos, como cultura, memória e imaginário, por exemplo. Frequentemente as pessoas que desejam alguma precisão se vêm forçadas a definir e a redefinir o termo.” (CHAGAS Mário, 2009,p.33) O termo tem raízes no mundo jurídico, pois deriva do latim patrimonium, sendo que pater (pai) tem um significado mais social do que biológico e monium (recebido), o que faz que o seu significado remeta para o que foi recebido por uma família, uma herança. Segundo Frédéric Barbier, no ensaio Patrimoine, production, reproduction (BARBIER, 2004, p11) na Idade Média, o termo, seja diretamente em latim ou, a partir do século XII, em latim vulgar, remetendo sempre a bens materiais. Segundo o historiador, a articulação entre o termo e a construção do direito romano explica porque não há o equivalente exato de patrimônio em línguas não-latinas como por exemplo no alemão (BARBIER, 2004, p11).
Ou seja o termo património tem significados diferentes, no caso alemão vai derivar de denken que significa “pensar” para o composto que gera “monumento” denkmal. Tanto uma como a outra vão apontar para a origem do termo monumento. É possível a partir daqui observar que os conceitos de património e monumento se interligam e evocam, como algo que liga o objetivo ao subjetivo, tal como um símbolo. Ao nível simbólico, o