arte
As questões acerca do valor da arte, ou de determinadas obras de arte, surgem quando procuramos fundamentar o que dizemos aos outros ou a nós próprios sobre as obras de arte. E a grande maioria das nossas considerações sobre as obras de arte, é, de uma forma ou de outra, juízos de valor.
Quando afirmamos que vale a pena ver um filme ou que o trabalho de um escritor específico deveria ser mais divulgado, estamos a mostrar aos outros que atribuímos valor às referidas obras. Supostamente, como estas são obras de arte, estamos a atribuir-lhe valor estético, ainda que possamos acreditar que estas possuem também valor moral, religioso ou até econômico.
As tentativas de esclarecer as questões acerca do valor estético são variadas e muitas vezes contrárias. Pode considerar-se a experiência estética como tendo valor em si mesmo ou como sendo um meio para atingir valores maiores.
Na estética clássica domina a idéia de que a arte tem fins exteriores e superiores a ele próprio. Para Kant, por exemplo, a experiência estética permite unir as componentes naturais e numéricas do homem. Ela tem valor porque cumpre uma função antropológica, por assim dizer.
Para John Ruskin a arte serve para educar as populações para valores maiores, nomeadamente os valores tradicionais da nobreza britânica, a honra e a obediência. O seu valor advém da sua função moral. O limite pensa Ruskin, a educação artística pode ajudar a fortalecer o império.
A estética moderna, também inspirada por Kant, tende a afastar-se do modelo clássico e a questionar a relação da arte com outros valores. O desinteresse passa a ser visto por muitos como uma das características distintivas da experiência estética. Beardsley é talvez o maior defensor da independência da experiência estética em relação a outros valores. Mas as contradições não ficam por aqui...
Quando se trata de questionar os juízos de valor estéticos, alguns defendem que estes só podem ser justificados por fatores