Arte
De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo paraestabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estéticaprópria com a qual se identificassem.Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traçosestilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptarmuito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seuspróprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinascoroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinadoscom os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, aarte islâmica foi na realidade, desde seu inicio, conceitual e religiosa.No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se nogeométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. Arepresentação figurativa era considerada uma má imitação de umarealidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos,resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, quedesempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista.As letras lavradas na parede lembraram o neófito, que contemplauma obra feita para Deus.Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, noinicio, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas,que eram os únicos economicamente