arte
O pintor suíço Paul Klee disse uma vez que "a arte não imita o visível: cria o visível". Sua frase sintetiza uma das principais discussões da história da arte, aquela que opõe de um lado os adeptos da imitação e de outro os da invenção. Mais sistemático, o pintor russo Vassili Kandinski definiu três elementos constitutivos de toda obra de arte: o elemento da personalidade, próprio do artista; o elemento do estilo, próprio da época e do ambiente cultural; e o elemento do puro e eternamente artístico, próprio da arte, fora de toda limitação espacial ou temporal.
Evolução do significado. A significação da palavra "arte" e de suas equivalentes em outras línguas variou muito ao longo dos tempos e das civilizações. Na pré-história, decerto expressava o sentido exclusivamente prático que tinham, então, as atividades artísticas. Na antiguidade, designava ocupações tão diferentes como as de orador, de esgrimista ou de tecelão: era sinônimo de ofício ou habilidade e pouco se diferençava da técnica, ou mesmo da ciência. Em toda a Idade Média, no Renascimento e nos séculos seguintes a palavra "arte", em diversas línguas, serviu para designar tanto o trabalho de intenção estética como outros sem nenhuma relação com isso, o que se pode ver em expressões remanescentes como "artes e ofícios" ou "obra-de-arte" (na engenharia, nome dado a construções como pontes, viadutos etc.). Só no século XIX a palavra passou a ser aplicada predominantemente à criação estética e às várias "belas-artes" (denominação que também ganhou curso nessa época) e, no século XX, freqüentemente se restringe às artes plásticas (em "crítica de arte", "exposição de arte" etc.).
Embora toda tentativa de conceituar um fenômeno como a arte seja problemática, por tudo isso se observa que é indispensável a fixação de três aspectos caracterizadores: (1) a arte é produto de um ato criativo; (2) a cada instante ela corresponde, direta ou indiretamente, às concepções ideológicas da sociedade em que aparece; e