Arte
O desejo move o mundo, move a nós mesmos e o que escolhemos para nossas vidas, nos ensina a psicanálise. Em um mundo ideal (e aqui podemos nos permitir sonhar) teria vez, quem sabe, um questionamento frente a cada trabalho do desejo de cada um. Para além de seu extenso currículo e experiência, poderíamos pensar além: a motivação de cada um para fazer o que faz, lutar por aquilo que acredita. Sendo assim, quis escrever sobre isso que de mais valioso há em cada um de nós, o que nos faz humanos, o que dá sentido à vida: o desejo que está diretamente vinculado com o amor.
Gostar de literatura, amá-la, respeitar os livros e as pessoas, esse ofício desempenho desde muito nova e se presentifica como uma lembrança em fotos de criança, sempre com o livro em punho mesmo quando este era maior que eu mesma. Para mais velha concluir que todo livro é maior do que eu mesma. Devo dizer, sem nenhuma ressalva, que a literatura me salvou na vida e os motivos para isso (e nem sempre entendemos o que nos acontece no momento que isso decorre), pude apreender mais velha. É porque a literatura é assim como o grande escritor moçambicano, Mia Couto, nos disse: “As palavras não fazem ser..e nos fazem deixar de ser”. Porque quando a gente lê, a gente se mistura com a história, com as palavras, com as nomeações que chegam até nós pelos livros. Somos um pouco de cada livro que lemos, já disseram. E disso percebemos ser verdade quando nos deparamos com algo que diz “exatamente o que sentia mas não conseguia falar”, fala comum entre os leitores. Para além disso, os livros nos fazem pensar e assim o fazem justamente por terem essa incrível capacidade de expandir nossos pensamentos a novos pensamentos, a nos fazer conhecer o mundo, a vida, tudo que implica em estar vivo e viver uma vida com o menor sofrimento possível. Por tudo isso, também, os livros são tão temidos. Porque Einsten tem sua razão quando diz que quando a cabeça se expande por uma