ARTE E ARTEFATO ETNOGRÁFICO

Foi a partir do século XIX que a chamadaantropologia evolucionista ganhou terreno com as publicações dos antropólogos evolucionistas Morgan, Taylor, Frazer e outros, que estabelecem um importante marco para o pensamento sobre a cultura material, na verdade, sobre o chamado grau de desenvolvimento em que as sociedades não europeias se encontravam.
A invenção da palavra ‘cultura’ emerge como elemento fundante para o pensamento ocidental, europeu, neste século XIX, que passa a classificar os povos do planeta a partir, agora, de critérios objetivos não mais sustentados na busca de uma alma (como foi no século XVI em que a pergunta diante da alteridade era ‘O selvagem tem alma?’)*
A grande contribuição desta antropologia evolucionista do século XIX foi a afirmação da existência de uma família humana. A humanidade, nesta perspectiva, habita diversas partes de mundo e se diferencia entre si não por uma questão de fé ou capacidade cognitiva, mas pela produção material, ou melhor, tecnológica e econômica, de suas sociedades.
*Obs. dos tutores: vimos isso no Módulo 1, quando assistimos ao filme A Missão e pudemos compreender esta questão do selvagem que pode ter uma alma.
O desenvolvimento material torna-se primordial para se equiparar todos os povos, ainda que alguns, mesmo fazendo parte da ‘família humana’, permaneciam numa condição ainda ‘primitiva’.
Não vai demorar muito para osurgimento de uma pesquisa antropológica que analise a cultura material dos povos aborígenes, africanos e, posteriormente, ameríndios, nomeando-as como ‘arte primitiva’, já que também eram vistos como povos primitivos.
Esta classificação que será mais um argumento para oimperialismo europeu, fortalece a ideologia eurocêntrica em todas as suas práticas de conquista. A inserção, no campo das artes, desta produção material (chamada arte primitiva) vai emergir nos livros de história da arte com explicações sustentadas na cultura dos grupos pesquisados e na explicação dessa arte primitiva como