arte no brasil
Sonia Gomes Pereira. Belo Horizonte: C/Arte, 2008, p. 127.
Nas últimas duas décadas, os estudos referentes à Arte Brasileira do Século XIX vêm passando por significativa expansão, em especial no que diz respeito à produção dos meios universitários.
Sônia Gomes Pereira, pesquisadora e professora por muitos anos, traça em seu livro um olhar panorâmico- mas extremamente minucioso - sobre a produção artística do vasto período oitocentista.
Para compreender as características da arte brasileira do século XIX, é preciso ter em mente que o Brasil fazia parte do sistema colonial português, e que este, ao impedir qualquer desenvolvimento brasileiro que não servisse diretamente aos interesses de Portugal, acabou por limitar as manifestações artísticas da colônia. A Arte Brasileira, no período colonial, desenvolveu-se estritamente relacionada à religião e não houve, durante esses 300 anos, nenhuma instituição dedicada ao ensino, ocasionando o desenvolvimento do autodidatismo e do empirismo artístico.
Até o final do século XVIII, a produção artística estava vinculada à igreja e à construção de fortificações. Durante séculos, as artes foram um poderoso instrumento de evangelização nas mãos das ordens religiosas.
A partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, iniciou-se uma nova época, decisiva para a formação da cultura nacional brasileira. O Brasil tornou-se o centro do
Império português e sede da corte. Os esforços a favor de uma organização pedagógica do ensino das belas artes começaram a se fazer necessários. Vindos com a Missão Artística, em 1816, os mestres franceses deram à Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios um cunho predominantemente convencional, acadêmico, valorizando acima de tudo a pintura histórica e a retratística, por natureza uma produção que tem na figura humana o seu centro.
Arte Brasileira no Século XIX
Isabel Sanson Portella
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Revista Poiésis, n. 11,