Arte Islâmica
Maomé, o grande profeta muçulmano, deu origem ao Islamismo, uma religião monoteísta, após uma suposta revelação divina. Enfrentando fortes resistências das tribos árabes, que até então eram politeístas, passou a ser perseguido e teve que se refugiar em Medina, no ano de 622, evento conhecido como hégira – marca o início do calendário muçulmano. A partir do século VII esta cultura religiosa, inscrita no Alcorão, livro sagrado deste povo, disseminou-se pela Arábia e por vários países da Europa e da Ásia, entre eles a Espanha, a Índia e outros.
A arte islâmica engloba a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma ampla população do Oriente Médio que adotou o Islamismo. Nela percebe-se a influência das civilizações pré-islâmicas, dos povos conquistados e de dinastias ligadas à questão religiosa. Por todos os domínios islâmicos difundiu-se uma produção artística marcada pelas ideias religiosas, imateriais – os conceitos de infinito, eternidade, menosprezo da vida material, desejo de transcendência – e pelas concepções do Profeta. Esta arte bebe diretamente na fonte do Alcorão, nela justificando suas opções, rejeições e direções escolhidas.
As artes visuais islâmicas estão geralmente desprovidas de expressões figurativas, constituídas em grande parte por elementos geométricos e arabescos – esmerados entrelaçamentos de figuras geométricas, folhas, plantas, homens e animais, elaborados à maneira árabe. Mas também é possível encontrar diversas expressões de imagens animais e humanas, que prevalecem especialmente em contextos profanos. O que o Alcorão condena, na verdade, é o culto de imagens. A partir do século IX, porém, tem início uma fase de censura das formas figuradas, atribuída por alguns pesquisadores à influência de judeus convertidos ao islamismo. Deste momento em diante, representar um ser concreto é usurpar o poder divino, que detém o monopólio da criação.
A arquitetura islâmica se expressa através da construção de