Arte Folclorica
Embora constantemente revisto, redimensionado e mesmo posto em causa no seu alcance conceptual, este termo, que induz a polarização entre cultura popular e cultura erudita ou académica, permite cada vez mais nomear produções culturais de cariz étnico ou comunitário, independentemente do seu contexto geográfico ou cronológico. De facto, assiste-se nas sociedades modernas e mesmo no interior de algumas comunidades urbanas, ao despontar de manifestações que se podem definir como folclóricas.
Em paralelo com este alargamento do conteúdo etimológico da palavra, tem-se vindo a reduzir as conotações negativistas que apontavam o folclórico como algo ligado ao rural e a pensamentos primitivos, anacrónicos ou cristalizados.
A revalorização desta forma de expressão, reconhecida como raiz cultural dos povos e plataforma de desenvolvimento das suas realizações artísticas eruditas, vem ganhando amplo incremento. De facto, opondo-se ao processo de sentido globalizante que vem conduzindo à miscigenação e nivelamento das culturas, tem ganho terreno a tendência para afirmação das identidades nacionais ou regionais, sustentada na recuperação de manifestações que exprimam o carácter mais profundo da vida comunitária, das suas crenças e ideais. Um fenómeno de neonacionalismo que encontra a sua concretização na criação de museus e coleções específicas de artefactos folclóricos e étnicos e de programas de salvaguarda dos meios produtivos de carácter artesanal.
Arte Folclórica aplica-se às mais variadas formas de arte, sem implicar balizas cronológicas ou categorias estéticas e expressivas.
A produção folclórica é geralmente anónima, embora pontualmente possam surgir artistas cuja originalidade de expressão estética, ainda que cruzada com a tradição local, os distingue enquanto