arte de amar
Requer do poeta e artista o primeiro esboço
Não rara às vezes, o coração do poeta e do pintor
O amor lhe é dado como inspiração e professor
Que busca a tua essência no esforço a sentir
Nas alucinações do tocar sereno das mãos duplas
A percorrer sobre os corpos imaginários no espaço
Tentando construir a teia dos desejos insanos
Emoldurando nos versos rimados à prova de toque
Tentando conseguir a nuance perfeita e real
Matizes escritas em cores sortidas surreais
O amor é cor, é tinta, é lápis de cor que pinta e borda
No coração escravo do poeta e pintor
Somos artistas em praticar o amor entre os versos
Somos pintores poetas no amar ao avesso
Somos o começo o meio e fim e o recomeço
Somos os laços que abraçam os corpos em vão
Inspiração que libera a alma latente
Do incontestável ato maior do que tudo
Do verbo mais difícil de se conjugar entre as nações
Dos substantivos mais apreciativos que o mundo já conheceu
Ele, o amor... é o verbo que se conjuga sem se ter a noção
De ter a solidão como única opção, amiga ou não...
De entender que sem o amor é triste,
Mas que com ele pode vir a ser ilusão...
Ilusão de não poder cair nas armadilhas do amor sem se ferir...
Ilusão em saber que ao amor lhe é dado a compaixão
A escolher entre você e o outro a tomar a decisão
De quem fica ou sai da relação, é via dupla e contramão...
Ilusão a se perceber apaixonado sozinho no amor
Ilusão a se pensar que basta um amar e é aí que mora o inimigo
Ilusão a se acreditar que para amar é preciso prendê-lo na gaiola
Não percebendo a diferença entre liberdade e confiança
A ilusão de que o que nos move à vida é o coração
E a diferença desconhecida que quem deve mover a vida é a razão
E sempre foi ela a descobrir as coisas do mundo desde o início...
Construir o amor é tarefa para os grandes mestres
Sou pequena demais para tamanha obra...
Meus pincéis estão gastos minhas tintas descoloridas
Minha pena está cansada