Art Déco

Introdução
Representando o “joie de vivre” do período entreguerras, a produção do Art Deco caracteriza um estilo decorativo que mescla diversos elementos e influências de antigos estilos, casados com a utilização da geometria exata de linhas retas e curvas circulares. Este novo estilo, que celebrava a nova era – do Jazz, do rádio e da máquina, refletia, com sua justaposição de detalhes extravagantes com formas sutis, a sociedade da época. A exploração de novos materiais, possível graças à Segunda Revolução Industrial, tais como o aço e o concreto armado, também fez parte do repertório estilístico do Art Deco. Não possuía uma tipologia específica, mas na produção desse estilo se destacaram os prédios públicos, grandes “catedrais do comércio”, possibilitadas graças à intensa atividade capitalista da sociedade de consumo. A autora Patricia Bayer, em seu livro “Art Deco Architecture”, resume no que consiste o espírito dessa produção como uma arquitetura de “ornamentos, geometria, energia, retrospectiva, otimismo, cor, textura, luz e, por vezes, até simbolismo” (tradução livre) (pag. 8).

Contexto histórico
“A velocidade é nosso Deus, o cânone da nova beleza.” (Fusco, 1994) O período após a Primeira Guerra Mundial, que teve seu cessar-fogo em 1918, caracterizou uma época considerada por historiadores - a exemplo de Eric Hobsbawm - como a época de revoluções mais radicais na sociedade. Com a evolução constante da máquina, a indústria se tornou cada vez mais abrangente: construindo carros, aviões e transatlânticos a tempo recorde nas linhas de montagem, a popularização dos meios de transporte tornou as distâncias mais curtas. Com o uso do rádio, as notícias corriam mais rápido: era o período do encurtamento das distâncias, da otimização do tempo e da comunicação. Era também a época do início da emancipação e empoderamento feminino, com os protestos a favor do sufrágio universal; e a gênese do cinema, além de inúmeros avanços na área da medicina e química.
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