Arquivo novo teste
Negócios 16/04/2014 08:00
O grupo de Abílio Diniz está pondo a BRF de pernas para o ar
Como um grupo de acionistas liderado pelo empresário Abilio Diniz está virando de pernas para o ar a mais poderosa companhia de alimentos brasileira, a BRF
Tatiana Bautzer, de
São Paulo - Passava das 11 da noite de 10 de fevereiro quando Claudio Galeazzi concluiu que, para conseguir pegar no sono, precisaria da ajuda de uma garrafa de vinho. Caminhou até sua adega e abriu um Château Lafite Rothschild (safra 1989), que, tido como um dos melhores do mundo, custa pelo menos 7 000 reais.
Tomou meia garrafa, guardou o resto na geladeira e voltou para o quarto. Mas, mesmo anestesiado pelo álcool, rolou na cama, insone, até o início da manhã do dia seguinte.
Com a carreira que teve, Galeazzi não é do tipo que perde o sono por bobagem: ao longo dos anos, tornou-se especialista em corte de custos, responsável por demitir mais de 20 000 pessoas nas empresas que comandou — o que lhe rendeu o apelido de Mãos de Tesoura.
Mas, mesmo com essa experiência toda em tomar decisões difíceis, ele nunca se sentira tão inseguro quanto naquela noite. No dia seguinte, anunciaria internamente uma mudança radical em todo o processo de produção da BRF, empresa de alimentos dona das marcas Sadia e Perdigão e que Galeazzi preside desde agosto do ano passado.
A rotina de nada menos que 85 000 funcionários seria afetada pelas mudanças. Demitir pode até ser doloroso, mas é simples. No dia 11 de fevereiro, Galeazzi viraria um gigante de pernas para o ar — e, se algo desse errado, a produção de uma das maiores fabricantes de alimentos do mundo poderia simplesmente parar.
Quando chegou à sede da BRF, na rua Hungria, zona oeste de São Paulo, Galeazzi deflagrou a operação Plant Storm — ou Tempestade na Fábrica, numa referência à operação Tempestade no Deserto, que em 1990