Arquitetura
Placas solares, painéis fotovoltaicos, sistemas de captação de águas pluviais e estações de tratamento de esgoto doméstico com possibilidade de reúso da água tratada. Cada vez mais requisitados pelos clientes, sistemas como estes exigem dos arquitetos conhecimento técnico para serem incorporados aos projetos. O fato é que a maioria das faculdades brasileiras de arquitetura não oferece cursos sobre a aplicação deste tipo de tecnologia na construção, atendo-se, quase sempre, a disciplinas ligadas ao conforto térmico e acústico.
"Bons projetos das décadas de 1960 e 1970 já traziam consigo a preocupação de ser sustentável. Os arquitetos procuravam uma boa implantação para os edifícios, protegiam as fachadas mais solicitadas pelo sol e possuíam sistemas de ventilação cruzada. Mas a necessidade de ser sustentável aumentou junto com a preocupação da sociedade em relação ao desperdício de materiais e uso de produtos recicláveis", afirma o arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz, sócio do escritório FGMF.
O atual contexto exige da arquitetura mais do que a adoção de medidas criteriosas em relação à implantação, ventilação, orientação solar e sombreamento das aberturas, por exemplo. "Os clientes nos pedem inovações sustentáveis nos projetos, o que antes quase não existia. Hoje nos pedem reaproveitamento de água, consumo eficiente de energia e otimização da infraestrutura", explica o arquiteto Carlos Leite, que fez pós-doutorado na área de desenvolvimento urbano sustentável na Universidade Politécnica da Califórnia.
Independentemente dos selos verdes, um bom projeto deve usar materiais que não agridam o meio ambiente e, sobretudo, possam ser recicláveis. Não existe um curso para saber especificá-los - isso se aprende na prática. Uma alternativa criada no Brasil é o selo de sustentabilidade dos produtos, o Sustentax. Ainda assim, segundo a arquiteta Ana Lúcia Siciliano, por mais ecologicamente correto que um material possa parecer, sua total eficiência