Arquitetura e Urbanismo
Hoje desembarquei numa cidade estranha, diferente de tudo o que eu já havia visto.
Vou explicar como tudo se sucedeu. Estava eu, indo visitar meus pais numa cidade distante, quando, no meio da viagem, adormeci. No momento em que o maquinista me acordou, assustei-me, ao ver que já havia passado a minha estação. Tive que descer e procurar onde eu poderia embarcar para fazer o caminho de volta. Ao perambular pelas ruas percebia como as pessoas agiam diferente da cidade que vim. Andavam sem nem mesmo olhar para o lado, automatizadas como se já estivessem com o caminho certo e traçado em suas mentes. Cansei de procurar alguém com o rosto disposto a ajudar-me e me dispus a observar as ruas ao invés das faces, para assim encontrar por mim mesmo o Terminal. À medida que ia me distanciando de onde desci, o transito de pessoas ficava menor. Não vou negar que no início senti medo de vagar por ruas desconhecidas e um tanto desertas. Comecei a observar os edifícios, tão diferentes entre eles. Ao mesmo tempo imaginei em que época cada um deles havia sido construído, e que tipo de pessoas faziam uso daqueles prédios. Achei pelo meio do caminho algumas industrias que pareciam estar abandonadas e pensei no que já fora aquele bairro um dia. Hoje pude observar que existem muitas pessoas morando ali, vi pessoas lavando o quintal, pessoas com roupa de operário, pessoas passando com o carro de ultima geração na rua de paralelepípedos sem se dar conta de que aquele som das rodas nas pedras reluz anos de história. A cada rua eu percebia o quanto aquela cidade era plural e cheia de gêneros. Naquele instante nem me lembrava mais o que havia me levado ali, mas tinha algo que me impulsionava a continuar andando em vielas de casas geminadas, cada qual com sua cor e com seu veículo. Enquanto pisava em cima de uma “amarelinha” riscada com giz no asfalto. Em meio a tantas novidades meu olhar se perdeu pra depois se encontrar nesse espaço onde o novo e o