Arquitetura religiosa barroca
Segundo Lúcio Costa, para se estudar uma obra arquitetônica, é necessário entender e conhecer algumas características que a definem e formulam. Sendo elas: o entorno; o público; as finalidades; as necessidades da natureza funcional; conhecer os materiais e a técnica construtiva utilizada; a tradução das determinações para aquele programa (de acordo com suas realidades) e finalmente, das suas qualidades plásticas.
Contrariando a arquitetura urbana, a evolução arquitetônica das igrejas fugiu aos padrões (não seguiu os estilos). Tal arquitetura foi realizada conjunta e espontaneamente pela população das mais primitivas capelas às matrizes e sedes das Ordens Terceiras e Irmandades – as quais detinham uma maior flexibilidade de criação para construção e ornamentação, proporcionando uma maior riqueza de detalhes numa escala menos monumental, gerando uma característica de gosto mais popular.
As ordens de maior atuação no país eram os jesuítas e os franciscanos, entre eles dois grandes arquitetos: Irmão Francisco Dias – que teve sua volta a Portugal reclamada pelos padres, alegando que lhes fazia falta; e Frei Francisco dos Santos – responsável pelos conventos de Nossa Senhora das Neves (Olinda) e de Santo Antônio (João Pessoa).
Mesmo sendo os grandes monumentos, registros das características fundamentais de cada época, em Minas a tendência é a solução singela, simplificada. Aqui não eram encontrados os grandes conjuntos dos conventos e colégios, que eram destaques em outras regiões do país. Tendo por consequência, a ausência dos arquitetos e construtores das Ordens.
Esta ausência foi compensada pela atuação dos mestres de obras portugueses atraídos pelo enriquecimento fácil. Todavia, a inacessibilidade da região aos materiais de construção e modelos arquitetônicos vindos da metrópole, dificultava e encarecia as obras.
Evolução e tipologia básica
Inicialmente, surgiram as igrejas feitas de barro e cobertura vegetal, que duravam pouco.