arquitetura na historia
Entre o espaço e o tempo surge uma linguagem que não se vê e que é o sentido primário da comunicação. Essa não verbalização que pontua o dia-a-dia, sem que nos apercebamos, é a razão pela qual esta publicação se debruça sobre o tema da proxémia - neologismo criado pelo autor e que aborda o estudo das distâncias ocultas entre pessoas e o espaço. O livro datado de 1966, da autoria do antropólogo Norte-Americano, revela uma análise profunda acerca destas preocupações - O espaço e como o ser humano o percepciona e se apropria dele.
Com base nessas interacções, invisíveis por um lado, mas sensoriais por outro, Hall tece e aprofunda um conjunto de considerações que permitem ao leitor perceber as razões por detrás do não palpável. Já no seu primeiro livro "A Linguagem Silenciosa", de 1959, faz uma primeira incursão sobre o tema do não visível, analisando as relações de uma linguagem de comportamento que não faz recurso à palavra. Voltando ao título em ênfase, é notável como o autor compreende diferentes contextos de análise e comparação, como é evidente nos casos de comparação da proxémia entre as culturas alemã, inglesa, francesa e entre as culturas japonesa e árabe. Distintas realidades culturais originam relações díspares.
É neste âmbito que ele perspectiva e desconstrói um conjunto de cenários de acordo com realidades culturais que originam reacções particulares entre as pessoas e estas e o espaço, categorizando determinadas dimensões ocultas que, apesar de não serem consciencializadas, acontecem. São exemplo disso as quatro distâncias possíveis, segundo Hall, na partilha do espaço: íntima, pessoal, social e pública. Cada uma delas caracterizada mediante dimensões específicas. Faz, ainda, referência à importância que os 5 sentidos têm na percepção do "território" que nos rodeia e como nos relacionamos com essa realidade através de diferentes estímulos sensoriais, porque todos nós possuímos, na nossa mente, uma