ARquitetura Eclética
A ARQUITETURA ECLÉTICA E A MODERNIZAÇÃO DA PAISAGEM URBANA
BRASILEIRA
João Henrique Bonametti*
RESUMO: Este trabalho tem como objeto de estudo a investigação da paisagem urbana brasileira como produto da arquitetura eclética do início do século XX, principalmente as intervenções paisagísticas e urbanísticas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Tendo o ecletismo como parâmetro artístico estruturador da paisagem urbana, detecta os efeitos produzidos pela arquitetura eclética na construção de espaços livres e ou revitalização dos antigos; como ocorreu este processo e quais as suas causas e conseqüências.
PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura, paisagem urbana, ecletismo, intervenções.
1 A ARQUITETURA ECLÉTICA
Começou-se a observar claramente o nascimento do período contemporâneo pela falência da tradição humanista, que dominava a Europa desde o Renascimento.
Além disso, a paisagem urbana burguesa necessitava de habitações para simbolizar o seu poder econômico; houve então, uma construção exagerada de habitações e o aparecimento do betão armado usado pela primeira vez em 1905, determinando uma nova forma de construção. Os modelos utópicos de planejamento procuraram soluções para uma sociedade industrial que havia nascido e crescido sem um planejamento urbano, por menor que este fosse.
O conceito de modernização surge no pensamento sociológico para descrever processos de transformação resumidos na passagem para a sociedade moderna que se industrializou e se desenvolveu à maneira das sociedades ocidentais. O caminho percorrido pelo capitalismo na Europa Ocidental e América do
Norte é o modelo a ser seguido pelas demais sociedades. Nessa ótica, a cidade industrial, estigmatizada pela urbanização caótica, fraturada pela luta de classes, cindida pela concorrência, abalada por carências infra-estruturais, não seria mais encarada como contraditória em si mesma. Seus problemas não seriam vistos como