Arquitetura Do Sol
Soluções climáticas produzidas em Recife nos anos 50
Alcilia Afonso de Albuquerque Costa
1. Introdução
No Brasil, os anos 40 prepararam a base para os chamados “anos dourados” da década de 50, estando a arquitetura moderna brasileira fundamentada em um discurso teórico trabalhado por Lúcio Costa, dirigido para os conceitos que relacionavam tradição com modernidade, e uma prática arquitetônica que possuía uma referência no vocabulário plástico de Niemeyer, através de obras produzidas por este, como por exemplo, o conjunto de Pampulha e várias outras projetadas em cidades do sudeste brasileiro.
O autor americano Goodwin (1) escreveu que a grande contribuição para a arquitetura moderna dada pelo Brasil, havia sido as inovações destinadas a evitar o calor e os reflexos luminosos em superfícies de vidro, por meio de quebra-luzes externos, especiais, afirmando que em 1933, Le Corbusier recomendava o uso de quebra-luzes móveis, externos em projeto não executado em Barcelona, havendo sido no Brasil, onde, por primeira vez, a teoria foi posta em prática. A criatividade de soluções propostas para os para-sóis, conhecidos pela expressão francesa “brise-soleil”, fez com que a arquitetura brasileira fosse reconhecida naqueles anos, como àquela que soube adaptar a linguagem moderna universal à realidade tropical
Goodwin (2) conseguiu sintetizar o quadro brasileiro daquele momento, chamando a atenção para três pontos fundamentais existentes nesta produção:
“Primeiro, traz o caráter do próprio país e dos artistas que a lançaram; em segundo lugar, se ajusta ao clima e a aos materiais de que dispõe. Em particular, a proteção contra o calor e aos reflexos da luz forte foi corajosamente encarada e brilhantemente resolvida. E, em terceiro lugar, tudo isso acarretou à evolução completa do movimento alguns passos no sentido das idéias lançadas tanto na Europa como na América, antes da Guerra de 1914”.
A arquitetura moderna teve nos anos 50, o seu período