Arquitetura da destruição
Arquitetura da Destruição é um filme documentário lançado em 1989 que revela o discurso estético adotado por Hitler para legitimar o regime nazista e seus desígnios tiranos. Foi produzido e dirigido por Peter Cohen, cineasta sueco, cuja filmografia inclui também Homo Sapien 1900, um filme que relata a Europa dos séculos XIX e XX, na tentativa de, uma vez mais, promover a eugenia.
O documentário faz uma abordagem inusitada sobre as motivações de Adolf Hitler ao fundar o nazismo na Alemanha. Para responder tal questionamento, Peter Cohen percorre um viés incomum: diferente do caráter histórico e social que assumem a maioria das produções sobre História, o diretor garimpa todas as questões artísticas que permeiam o fato. Sua tese é de que a força motora do nazismo era essencialmente estética. Os adeptos a esse movimento estavam empenhados em um “embelezamento violento do mundo”. Não houve um verdadeiro motivo político.
O filme narra alguns momentos da juventude frustrada de Hitler. Suas aspirações artísticas foram tolhidas pelo próprio talento: as obras por ele produzidas, caracterizadas como “intelectualmente limitadas”, não constituíram o suficiente para que ingressasse na Academia de Artes de Viena. A partir de então, o rapaz viveu algumas experiências e delimitou para si três grandes inspirações: a Antiguidade Clássica (de onde retirou o ideal de beleza grega), Richard Wagner (compositor alemão cujas obras reuniam música, drama e alguns conflitos políticos, causados especialmente por sua possível tradição antissemita) e Linz (cidade natal de Hitler).
Daquele momento em diante, Hitler dedicou-se a elaborar uma ideologia de lógica totalitária. Plantou ódio aos judeus e deficientes, definiu a arte moderna como degenerada, fundou concepções estéticas arianas (que pregavam a criação de uma raça pura) e propôs a construção de uma nova Alemanha, com a pretensão de torná-la capital do mundo.
Durante a narrativa, Cohen traça