arquitetando o espaço
Segundo Ana Luiza Nobre “Escuta-se dizer com frequência: "não há crítica de arquitetura no Brasil". A afirmação, que se propaga nos salões de arquitetura com uma inocência tocante, traz consigo uma série de possibilidades de reflexão, em geral ignoradas ou postas de lado. Em primeiro lugar, ao fazer reverberar tal postulado, esvazia-se o problema nuclear que lhe dá sustento. A crítica nos falta – e falta mesmo – caberia antes de tudo perguntar se não se trata de buscar, justamente na falta, algum sentido. Talvez essa interrogação seja especialmente oportuna se examinarmos com cuidado a produção arquitetônica atual. Pois é suficiente que se fale da ausência de crítica de arquitetura sem que se localize o esgarçamento da presença da própria arquitetura na cena local contemporânea?”.
Para esta autora, “crítica é diálogo, não julgamento. E esse diálogo, longe de ser um discurso laudatório ou condenatório, só se estabelece verdadeiramente na sua relação com a obra de arte/obra de arquitetura. É importante as considerações de Ana Luiza Nobre quando se refere que afinal, falta crítica ou falta arquitetura? “Difícil chegar a uma resposta. Mas se com a psicanálise aprendemos que é difícil minimizar a dimensão – e a função ativa – da falta, temos aí talvez uma chave: poderíamos inverter a ordem inicial do problema e pensar em que medida a própria falta não só nos preenche como nos constitui. Seria interessante interrogar-nos acerca dessa ausência, estranhá-la, dela desconfiar. Não somos alheios ao que nos falta. Pelo