Arquitectura e antropologia
No texto, anteriormente referido, o termo popular é introduzido pelo livro “Arquitectura Popular em Portugal”, no qual nunca «esse popular da arquitectura popular é sistematicamente definido» (LEAL 2011: 70) são feitas algumas escolhas permitindo chegar a uma concepção do popular, - o que é ou não, o que inclui ou exclui, o que pertence e o que deixa por falar, o que não cataloga ou não dá importância- que organizou desta forma o inquérito. Esta criação implícita do popular dos arquitectos apresentava diversas semelhanças com o modo como era encarado o mesmo assunto pelos antropólogos, baseados em sociedades de camponeses nos finais do século XIX, porém, estas dever-se-iam já à existência de um senso comum, no final dos anos 50, “sobre que era o popular” (LEAL 2011: 71) . Apoiados nesta concepção o Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal deixou de parte o que impossibilitava uma boa leitura do conceito, opção esta admitida pelo arquitecto Silva Dias que segundo este ficaram de fora aquilo a que na altura se “designava na altura como as “malfeitorias” . Nesta época, a hibridez do popular não era uma opção para os arquitectos, havia uma certa aversão a estas soluções como se elas não encaixassem nos cânones já definidos, assim surge uma 2ª geração de arquitectos, (LEAL 2011:74) com novos estudos relativamente ao que se entendia pela expressão, onde as fronteiras já são mais ténues, aproximando o