Arquitectura gótica
Na história europeia não existe uma data ou um acontecimento que determine o nascimento do gótico. Os elementos caracterizados desta nova sociedade europeia são múltiplos e variados: dos mais importantes, refere-se a ascensão de novas categorias sociais dedicadas ao artesanato e ao comércio; a consolidação do poder do rei em estados como a França e a Inglaterra, onde os soberanos reorganizavam os países, restringia o espaço de manobra às prepotências e humilhações da nobreza e favorecia o comércio e ascensão das cidades; e por último a influência do clero. Abades e bispos, monges e padres não se limitavam só à ocupação das almas dos fiéis, mostravam-se mais interessados no poder e tornavamse os protagonistas da vida citadina. Chegava-se a Deus por um esforço do pensamento, complexo mais aperfeiçoado, rigidamente formal mas rico de subtilezas. Esses conceitos em arquitectura inspiram as catedrais góticas. A enfática verticalidade das edificações mostra as transformações do gosto, do pensamento filosófico, dos ideiais estéticos, traduzidas, no plano arquitectónico, por uma renovação das técnicas mediante a introdução de uma série de elementos originais típicos do estilo gótico: a abóbada sustentada por uma cruzaria ogival, a utilização do arco quebrado em vez do arco de volta perfeita, emprego do arcobante e dos contrafortes. As arestas são as estruturas que aguentam o peso da abóbada e que se intersectam em forma de X, e convergem no ponto mais alto da abóbada, designado chave da abóbada. Os arquitectos procuram sempre novas soluções, e os arquitectos góticos denominados pela ânsia da verticalidade, não se podiam contentar com a abóbada de cruzaria simples. Para as suas exigências serem satisfeitas, era necessária uma estrutura mais pontiaguda, tendente para o alto. Um ignorado mestre, nome dado aos arquitectos naquela época, resolveu o problema quando inventou a abóbada de cruzaria ogival. Para conseguir esse objectivo o mestre aproximou os quatro