Arqueologia e Museologia
Mesmo ocupando uma posição marginal, o patrimônio arqueológico é onipresente nas instituições brasileiras do início do período dos primeiros museus. Destacam-se então três casos: O papel destes novos museus, o Museu Paulista em São Paulo, o Museu Paraense em Belém, e do reformado Museu Nacional no Rio de Janeiro, foi decisivo para o desenvolvimento da Arqueologia no país, não só na forma como a pesquisa foi institucionalizada, mas também ao definir os modelos científicos de produção de conhecimento. Neles a arqueologia e a etnologia ganharam espaço próprio, apesar de serem secundários. A maior contribuição da época foi sem dúvida a obra de Ladislau Netto, diretor do Museu Nacional a partir de 1879, que, tendo promovido várias expedições arqueológicas pelo território nacional, além de ter participado pessoalmente de algumas, publicou a primeira síntese de arqueologia do país intitulada Investigações sobre Archeologia Brasileira (1885). No Museu Paulista a arqueologia passou também a ocupar um espaço relativo, cuja importância traduzia no interesse pessoal do diretor fundador, o zoólogo Hermann von Ihering. Entre 1885 e 1908 Ihering publica mais de 20 obras sobre arqueologia brasileira, além de adquirir numerosas coleções arqueológicas para o Museu Paulista. O Museu Paraense também teve importância decisiva para a arqueologia brasileira por sua localização em Belém ter propiciado seu uso como field-station para muitas das expedições de pesquisa arqueológica na Amazônia. Nele a etnografia, a arqueologia e a antropologia compartilhavam uma seção própria.
A musealização da Arqueologia na virada do século XIX para o século XX tinha a interface entre museus e patrimônio arqueológico prestando ao avanço do conhecimento arqueológico, mas esteve atrelada a construção de um índio histórico, quiça civilizado, e digno de figurar na identidade nacional, e ao controle e/ou