Arqueologia de Contrato
MARIA DO CARMO MATTOS MONTEIRO DOS SANTOS
ARQUEOLOGIA
DE CONTRATO
NO BRASIL
SOLANGE BEZERRA
CALDARELLI
SCIENTIA Consultoria
Científica
E-mail: scientia@zaz.com.br MARIA DO CARMO
MATTOS MONTEIRO
DOS SANTOS
Museu de Arqueologia e
Etnologia
Universidade de São
Paulo
E-mail: dugallo@zip.net
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REVISTA USP, São Paulo, n.44, p. 52-73, dezembro/fevereiro 1999-2000
INTRODUÇÃO tualmente, a exemplo do que ocorreu em
A
outros países, a pesquisa arqueológica levada a cabo no Brasil é predominantemente realizada por contrato de
prestação de serviços. O termo arqueologia de
contrato foi introduzido como decorrência do surgimento de um mercado de trabalho que pressupunha para o arqueólogo, como já ocorria com outras profissões, a existência de patrões ou de clientes.
Um serviço arqueológico determinado é realizado por uma remuneração negociada entre as partes
(Meighan 1986).
Grande parte dos arqueólogos brasileiros, mesmo os empregados em museus e instituições acadêmicas, realizam ou realizaram, em maior ou menor intensidade, algum tipo de estudo arqueológico contratado. Por isso, um artigo que apresente um panorama da arqueologia de contrato no Brasil estará cobrindo a maioria da pesquisa arqueológica atualmente em andamento no país, envolvida com a localização, avaliação e estudo dos bens arqueológicos numa área determinada, para a qual, em geral, existe um projeto de engenharia civil que provocará alterações no uso do solo.
Embora esse tipo de pesquisa difira da arqueologia tradicionalmente desenvolvida por universidades e museus, na qual o pesquisador tem um problema científico e seleciona uma área geográfica que pode trazer as respostas almejadas, o propósito da arqueologia de contrato, em princípio, permanece, como bem dizem Green e Doershuk
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(1998: 122), o mesmo de qualquer pesquisa arqueológica: compreender o