Aristóteles foi, durante uma primeira fase de sua vida, discípulo de Platão, freqüentando a Academia por ele fundada. Ao longo de sua trajetória intelectual, Aristóteles adaptou as idéias de Platão às necessidades de uma ciência no sentido ocidental, distinguindo o mundo Físico do Metafísico. O mundo Físico deriva da sistematização da experiência do mundo exterior, enquanto que o mundo Metafísico provém essencialmente da reflexão. A esta segunda categoria pertence o sistema proposto por Platão no Timeu, que prescinde da experiência. Esta distinção é fundamental para a elaboração de uma ciência capaz de descrever com fidelidade os fatos observados na natureza exterior à reflexão puramente intelectual. A metodologia empírica proposta por Aristóteles se assemelha em aspectos básicos com qualquer ciência experimental. No entanto, suas premissas cosmológicas possuíam certos erros fundamentais, que limitaram o alcance dado por Aristóteles à sua concepção fundamentalmente inovadora. Sua mecânica, embora baseada em observações físicas, era essencialmente qualitativa, faltando-lhe a matematização capaz de dotá-la de uma efetiva capacidade de realizar previsões. Resumimos abaixo seus princípios: Além dos quatro elementos que conhecemos na Terra (terra, fogo, água, ar), existiria um quinto elemento celestial, aquintessência, o éter. Este elemento seria responsável pela diferença na natureza dos movimentos dos corpos celestes dos terrestres. A distinção entre a natureza dos corpos da região sublunar dos da região celestial do universo seria incorporado pela astronomia ocidental, permanecendo como um dogma científico e religioso durante toda a Idade Média. Os corpos celestes seriam imutáveis, eternos, incorruptíveis, movendo-se perenemente em trajetórias circulares. Já os objetos terrestres seriam corruptíveis e transitórios, movendo-se em trajetórias retas. A água e a terra tendem a mover-se em direção à Terra, que seria o centro do universo. O ar e fogo também se moveriam em