Aristoteles
É portanto necessário que sejam seis as partes da tragédia que constituam a sua qualidade, designadamente: mito, caráter, elocução, pensamento, espetáculo e melopéia. De sorte que quanto aos meios com que se imita são duas, quanto ao modo por que se imita é uma só, e quanto aos objetos que se imitam, são três; e além destas partes não há nenhuma. Pode dizer-se que, de todos estes elementos, não poucos poetas se serviram; com efeito, todas as tragédias comportam espetáculo, caracteres, mito, melopéia, elocução e pensamento. Aristóteles, in: Poética, p. 206; grifos nossos.
I
Poesia é imitação. Espécies de poesia imitativa, classificadas segundo o meio da imitação[1].
1. Falemos da poesia – dela mesma e das suas espécies, da afetividade de cada uma delas, da composição que se deve dar aos mitos, se quisermos que o poema resulte perfeito, e, ainda, de quantos e quais elementos de cada espécie e, semelhantemente, de tudo quanto pertence a esta indagação – começando, como é natural, pelas coisas primeiras.
2 A epopéia, a tragédia, assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética[2] e da citarística[3], todas são, em geral, imitações. Diferem, porém, umas das outras, por três aspectos: ou porque imitam meios diversos, ou porque imitam objetos diversos, ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira.
[...]
6. [...] Poesias há, contudo, que usam de todos os meios sobreditos; isto é, de ritmo, canto e metro, como a poesia dos ditirambos e dos nomos, a tragédia e a comédia – só com uma diferença: as duas primeiras sevem-se juntamente dos três meios, e as outras, de cada um por sua vez. Tais são as diferenças entre as artes, quanto aos meios de imitação.
II
Espécies de poesia imitativa, classificadas segundo o objeto da imitação.
7. Mas, como os imitadores imitam homens que praticam alguma ação, e estes, necessariamente, são indivíduos de