Aristoteles
Aristóteles exige que procuremos a essência das coisas, mas que, ao fazê-lo, não postulemos que tudo e um reflexo de alguma idéia ou essência pura; ao contrário, devemos tentar determinar a natureza essencial das coisas do modo como operam nos processos naturais do mundo.
A teoria platônica acredita que a “realidade” concreta das coisas existia fora do tempo e as estruturas espaciais que damos por certos quando estabelecemos nossas relações com as coisas. Porém, Aristóteles diz que devemos voltar nossa atenção para o modo como as coisas funcionam neste mundo à nossa volta. Nosso pressuposto básico é de que a mudança não é casual, que as coisas se desenvolvem de podo previsível, e que estabelecemos distinções entre as mudanças naturais e as de produto do artifício humano. O processo dominante na vida é a mudança – o desenvolvimento, e não algum modo estático de ser. Considera-se, portanto, que os textos aristotélicos sobre a vida humana têm por base uma narrativa teleológica ou intencional da natureza humana: tudo, na natureza, tem “fim” específico a alcançar, ou uma função a cumprir.
Este pensador argumentava que a sociedade grega contemporânea era resultado de um processo gradual em que a natureza do homem vinha se concretizando. Historicamente, diz ele, a cidade-estado é um resultado orgânico da união de várias cidades que desse modo chegaram a um estado de “auto-suficiência”. “(...) Enquanto a cidade-estado passa a existir no interesse da vida, ela existe para o bem viver. Toda cidade-estado existe por natureza. (...)”
O desenvolvimento ocorre através da dialética da potencialidade e da realização. Tudo no cosmo tem o poder de se tornar aquilo que se sua forma estabeleceu como fim, e a passagem de potencialidade para realização é uma lei fundamental da natureza. Todo ser vivo tem uma capacidade diferente de atividade e organização. Aristóteles chamou esses modos diferentes de organização de um corpo de almas: Alma