ARGUMENTO DA LINGUAGEM PRIVADA, DE WITTGENSTEIN
Estudo do Conceito nas Investigações Filosófica de Wittgenstein.
O argumento da linguagem privada, formulado por Wittgenstein nas Investigações Filosóficas, encontra-se disposto nos parágrafos 243 a 315. Inicialmente formula a hipótese de existir a possibilidade de haver uma linguagem na qual apenas o ser que a utiliza pudesse utilizar, pois as suas palavras se relacionariam com aquilo que só quem fala pode saber (sensações imediatas e privadas), de forma que outra pessoa não possa entender essa linguagem.
Refutando de pronto essa possibilidade, passa a indagar acerca da forma como as palavras se relacionam com as sensações. Levanta como primeira hipótese: “as palavras estão vinculadas à expressão original e natural, e são colocadas no seu lugar”. Exemplificando, mostra que uma criança, ao se machucar, grita. Com o tempo, os adultos lhe ensinam exclamações e, posteriormente frases, relacionadas a esse evento, ao que como ensinar um novo comportamento de dor. A criança aprende uma expressão verbal “dor” que substitui o grito que inicialmente daria (a expressão substitui, não descreve o evento).
Questiona assim, até que ponto as sensações podem ser tomadas como privadas, e utilizada como resposta à pergunta retórica proposta: Ora, só eu posso saber se realmente sinto dor; o outro pode apenas supor (Investigações Filosóficas, §246). Para tanto, abre um parêntese para tratar do uso dado ao verbo “saber”, quando relacionado a sensações, daí concluindo que o uso do verbo “saber” não pode ser usado pelo falante portador do estado mental objeto da fala, em outras palavras, aquele que sente, não deve utilizar o verbo “saber”, pois ele não poderia saber ou não saber, a ele só caberia sentir, não lhe cabendo duvidar do que sente.
Adiante ele conclui: O essencial em uma vivência privada não é, propriamente, que cada um possua o seu próprio exemplar, mas que ninguém saiba se o outro também tem este exemplar ou se tem algo