argumentação
Filosofia, retórica e democracia
Meados do século V a. C.
Atenas começava a instituir a ordem democrática, abrindo a vida política à participação dos cidadãos.
A investigação racional sobre a physis (a natureza) é secundarizada pela preocupação de preparar os jovens para a vida pública.
Necessidade de uma formação específica para a conquista do poder, uma formação que conferisse capacidade de discursar nas assembleias de cidadãos, para persuadir e convencer o auditório.
É neste contexto que surgem os sofistas.
Sofistas
Professores itinerantes que se dedicavam ao ensino dos jovens cidadãos mediante uma remuneração.
Alguns sofistas: Protágoras, Górgias e Hípias.
• Dominavam a arte de persuadir pela palavra.
• Eram dotados de habilidade linguística e de estilo eloquente.
• Surpreendiam pela sua vasta erudição e pelos seus discursos expressivos.
• Centravam o seu ensino mais na forma do que no conteúdo.
• Ensinavam a técnica do discurso, a arte de fazer triunfar um determinado discurso. Sócrates, Platão e seus discípulos
Não podiam aceitar o relativismo da verdade, a valorização da retórica em detrimento da sabedoria.
Isto, aliado ao facto de eles se fazerem pagar pelos seus serviços, originou uma visão depreciativa dos sofistas.
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Para os sofistas, o discurso não pretende ser verdadeiro, mas eficaz, convincente. A finalidade da retórica não é encontrar o verdadeiro, mas dominar através da palavra.
Uma boa argumentação – uma retórica digna – é aquela que serve o filósofo na busca da verdade.
Verdade e Bem
Ideias que convêm à filosofia.
Quem procura o conhecimento da verdade (o filósofo) só pode praticar o bem.
A filosofia socrático-platónica pretende inviabilizar a prática de uma retórica baseada em opiniões ou meras aparências.
Partindo de um método assente no diálogo e na eliminação do que é contraditório, Sócrates e Platão inauguram o fosso que durante
séculos