Argumentacao e importancia das palavras
A argumentação tem sido objeto de estudo, na área das ciências humanas, desde o século V a.C. No ano de 467, lembra Plantin (1996), Corax e Tisias teriam composto o primeiro “método racional” para falar num tribunal. Todavia, as primeiras reflexõessobre argumentação costumam ser atribuídas a Aristóteles (384-322a.C.).
Sabe-se, porém, que um pouco antes de Aristóteles, os sofistas já se ocuparam da oposição entre discursos (antifonia), do paradoxo, do provável, da dialética como forma de diálogo racional. A interação argumentativa em que se representam as relações sociais proposta pelos sofistas foi criticada pelos platônicos, pois viam na interação pela linguagem uma batalha verbal que ignorava a busca da verdade. Os aristotélicos buscavam verdades, mas verdades científicas, instituindo relações entre argumentação e ciência, e por isso tornaram-se críticos da língua natural.
Mais recentemente, o estudo da argumentação se apresenta sob duas formas: uma relacionada à retórica e outra ligada à ciência.
Quanto à retórica, a argumentação é entendida como sua parte fundamental. De acordo com esse ponto de vista, o discurso é definido como um conjunto de atos de linguagem planejados e dirigidos a um público em determinado contexto. Diferentes etapas do processo conduzem ao discurso argumentado: a etapa propriamente argumentativa (a procura de argumentos), a textual (a organização dos argumentos), a lingüística (a colocação da argumentação em palavras e frases), a memorização (o trabalho do orador para o público). A análise do discurso produzido é a estrutura final do discurso, que compreende a introdução, a narração dos fatos e a conclusão, tudo orientado para o esclarecimento da posição do argumentador.
Para a argumentação científica, que se desenvolveu no contexto da lógica, os textos são instrumentos da expressão lógica; o elo que une