Argentina Ocupa as Malvinas
Num ataque surpresa, de madrugada, a Armada argentina invadiu e ocupou as Ilhas Malvinas (chamadas de Falkland pelos ingleses) num rápido combate que deixou poucos mortos e feridos, após breve luta contra a guarnição inglesa. O governador britânico, assim como seus funcionários imediatos, ficaram detidos na própria ilha.
O anúncio da retomada das Ilhas Malvinas, sob dominação inglesa por quase 150 anos, foi feito nas primeiras horas da manhã do dia dois, por uma cadeia de rádio e TV. Em toda parte de Buenos Aires havia bandeiras, e milhares de pessoas se reuniram em frente à Casa Rosada (sede do Governo argentino), na Praça de Maio, esperando o pronunciamento oficial do Presidente Leopoldo Galtieri, com faixas e cartazes.
“Recuperamos, salvaguardando a honra nacional, as Ilhas que estavam em poder da Grã-Bretanha desde 1833”, declarou o Chefe de Estado argentino na tarde do mesmo dia.
Em Londres, capital da Grã-Bretanha, o Governo rompeu relações diplomáticas com a Argentina, e determinou que os diplomatas do país abandonassem a Ingaterra em quatro dias. O Chanceler (ministro das Relações Exteriores) e o Ministro da Defesa britânicos, em entrevista conjunta, anunciaram a constituição de uma força-tarefa “muito poderosa”, que iria intervir nas Ilhas Falkland a qualquer momento.
A história das ilhas Malvinas reflete as lutas seculares das potências coloniais européias. Franceses e espanhóis passaram pelas ilhas e assumiram seu controle antes da Inglaterra exercer de vez o poder sobre a região, em 1833, e expulsar o povo argentino que ali se instalara, desde a independência do país, em 1816. Foi em meados do século XX, contudo, que o conflito sobre a posse das Malvinas – que se localizam a apenas 340 quilômetros do litoral argentino – começou a ser discutido no âmbito das Nações Unidas. Em 1970, o Governo britânico deu por encerrada a discussão sobre o assunto, após seis anos de diálogo, garantindo para