ARDIS DO CAPITALISMO

485 palavras 2 páginas
1º PARTE:
OS ARDIS DO CAPITALISMO

O século XIX assistiu, principalmente nas suas cinco primeiras décadas, à consolidação das mudanças que vinham sendo introduzidas pelo capitalismo. O capitalismo alterou tudo que estava a sua volta impondo um novo ritmo de relações de trabalho e de vida e uma nova rede de relações sociais. Através de um sinuoso percurso, marcado por crises cíclicas, o capitalismo foi acentuando a diferenciação entre as classes e fazendo do movimento de valorização do capital o movimento fundamental da sociedade burguesa constituída. Nutrindo-se dessas crises que sua própria dinâmica interna provocava, o capitalismo expandia-se, favorecendo a consolidação do poder da burguesia industrial. É bem verdade que o tributo social que eles estavam pagando por esse progresso era muito alto, principalmente quando considera que só os donos do capital se beneficiam, o que trazia como resultado o empobrecimento da classe trabalhadora. Tudo levava a crê que o modo de produção por ela instalada e o domínio do capital sobre o trabalho eram irreversíveis. Na década de 1860 foi com muita apreensão que a burguesia começou a conviver com algumas dificuldades de reverter às crises cíclicas do capitalismo e de recuperar o fluxo regular de sua marcha expansionista O crescimento da classe trabalhadora excedera a demanda de mão- de- obra, produzindo o inquietante fenômeno da generalização da pobreza, pelos riscos sociais implícitos. Instaurava-se, assim, um clima de verdadeira “guerra social”. Controlar as crises cíclicas do capitalismo, cuja intensidade crescia na proporção em que diminuíam os seus espaços intervalares, significava controlar também os movimentos operários, cujas manifestações tornavam-se mais densas. Foi no interior das fabricas que se criou a dinâmica inicial em direção a consciência de classe. A própria burguesia, através de suas estratégias de concentração de trabalhadores nas grandes indústrias, constituíra espaço fértil para a construção da

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