aquisição da linguagem
Vanessa Caminha da Veiga
“Olha dinda!! Os sirigueijos tão todos matados”
Guilherme de Farias, 36 meses, referindo-se aos siris mortos na beira da praia do Cassino/ dez 2013.
A frase acima me passaria despercebida, assim como passa para muitas pessoas, salvo porque sou estudante de letras, soou como um incrível estímulo de pesquisa e tentativa de entendimento de como adquirimos a linguagem. Sob essa perspectiva, Mioto (2007) atesta que toda criança aprende pelo menos uma língua na infância, porque não existe qualquer dificuldade da perspectiva da aquisição, desde que a criança tenha sido exposta a aquela língua.
Para Chomsky (1981) a Gramática Universal é uma habilidade que demonstramos em alguma parte de nosso cérebro que nos permite adquirir qualquer língua a que formos expostos. Essa gramática é composta de parâmetros, que são princípios configurados pela língua na qual o falante foi exposto.
“Como o conhecimento adquirido vai muito além da informação disponível no ambiente
(os chamados dados linguísticos primários), então parte dele deve estar previamente determinado. Há um equilíbrio de forças: se a experiência é insuficiente, incompleta ou, eventualmente, “complicadora” do processo de aquisição (porque por exemplo apresenta dados ambíguos),Então deve haver algo geneticamente codificado na espécie que de conta desse processo de aquisição, considerando que todas as crianças passrão por ele com sucesso, sem esforço, de forma razoavelmente uniforme e universal a despeito de sua condição de entorno.” Mioto, Carlos. Novo Manual da Sintaxe – 2013
Dessa forma, percebemos que dizer “os sirigueijos tão matados” não foi uma gramática ensinada, visto que, os adultos a sua volta não falam de tal maneira. Por isso, percebemos que já faz parte do seu processo de formatação da língua, e que realmente é inato, pois não teve estímulo externo para tal. E quando questionado sobre quem havia lhe ensinado, a resposta foi a seguinte: