Aqui se compra, mas também se vende.
No filme “O Cheiro do Ralo”, o ser - humano é apresentado como um objeto descartável, sem valor algum. Isso nos leva a refletir sobre o valor que damos as coisas com as quais a gente se relaciona. O filme, a principio não diz muita coisa, pois há sempre uma seqüência de imagens, o mesmo trajeto, a mesma atividade o mesmo pensamento e pouquíssima clareza. Ele sempre esta na Lojinha – Lanchonete – Lojinha – Casa, essas eram as suas únicas atividades, uma rotina diária. Lourenço era uma pessoa mesquinha, o fato de comprar objetos usados para revender fazia com que nada tivesse valos para ele. Incapaz de gostar de alguém ou de si mesmo.
Ele não se interessava por nenhum tipo de relacionamento, a sua humanização em si era vazia, não havia qualquer tipo de sentimento, encara tudo como um objeto, do tipo que “se não serve mais é descartado”, se mostrando uma pessoa movida pela exploração das pessoas que se mostram desesperadas por dinheiro e muitas vezes, vem vender um objeto de família. Ele vive entre o ser pervertido e caridoso, o olho e a bunda. O olho que é a representação do pai e a bunda onde representa o relacionamento que não pode ser atingido. Apega – se apenas as suas coisas da loja e as suas idéias pervertidas. Lourenço se tornou frio ao ponto de que tudo era apenas um objeto. A mulher em si para ele era tratada apenas como um objeto, apenas uma parte dela é supervalorizada a “Bunda”. Ela assume um papel de objeto sexual.
Seus relacionamentos são conturbados, a primeira a noiva a quem ele abandonou a segunda a bunda, que ele não conseguiu ter e ficou desnorteado com isso, a terceira uma viciada que levava objetos da família para vender e sustentar o vício, ele tentando suprir a falta da bunda paga a ela para que mostre a sua bunda e por ultimo uma prostituta a qual ele paga rios de dinheiro para suprir o vazio causado pela bunda. Até o momento em que ele tem a bunda e acaba com toda aquela aflição, tanto que não passou