Aquenda

Justificativa

A sociedade que vê com indiferença a violência, aceitando com certa naturalidade pequenos delitos ou falcatruas políticas, é a sociedade que se preocupa de uma forma descabida com situações que não lhes dizem respeito, que se importa em dividir o espaço com pessoas que fazem parte de minorias, sejam deficientes, pessoas fora dos padrões estéticos vigentes, com diferentes crenças ou orientações sexuais.
A sociedade aceita esse “diferente” de maneira relativamente boa, desde que seja mantida uma certa distância, sendo difícil um relacionamento amigável quando um membro desta minoria divide a mesma esfera social, os mesmos espaços públicos de lazer, trabalho ou da família. Ao mesmo tempo em que alguém mais dentro dos padrões sociais fala que admira o sujeito menos favorecido socialmente, dizendo que são fortes ao enfrentar todo o preconceito, possivelmente não o aceitaria dentro da própria casa como um amigo ou se relacionando com algum membro de sua família.
Talvez isso se deva pela falta de oportunidade de conhecer melhor essas minorias.
A partir do meu Trabalho de Conclusão de Curso, pretendo aproximar o espectador de um aspecto pouco conhecido das travestis e transexuais de Sorocaba / SP e Camboriú / SC.
Um mundo que se cruza com o da maioria, e ao mesmo tempo é marginalizado, com a sociedade não colocando em prioridade o sujeito com suas qualidades e “normalidades” impostas pela sociedade.
É priorizado o imaginário comum, onde é exacerbado o exotismo, exagero, erotismo, drogas e violência. Tem-se a idéia de que todas as travestis e transexuais vivem em um submundo marginalizado e só saem na rua durante a noite para a prostituição.
Não negando esse lado marginalizado, e mostrando a complexidade que se mostra em duas personalidades em conflito vivendo em uma única pessoa. Onde ao mesmo tempo em que se lida com as mesmas questões da maioria das pessoas, tem a preocupação com o corpo que não condiz com a mente, o qual sofre uma constante