Apêndice
Até recentemente, julgava-se que as apendicites surgiam após uma obstrução continuada do seu lúmen por uma massa sólida. Hoje, obstruções permanentes são responsáveis apenas por uma minoria dos casos. Por possuir o óstio no ceco, pode entrar e ficar retido um fecalito ou coprolito (pequena pedra de fezes), ou mais raramente um pequeno parasita intestinal, dificultando o seu esvaziamento. Outras causas são cálculos da vesícula biliar, ou aumento de volume dos gânglios linfáticos locais. As bactérias que permaneceram na luz do apêndice produzem gases que ficam retidos na cavidade, causando distensão da parede do apêndice e dor. Este aumento da pressão dentro do lúmen do órgão gera isquemia (déficit de oxigênio). Após várias horas de deficiência de oxigénio, a isquemia transforma-se em necrose (morte das células), que estimula uma maior multiplicação das bactérias. A maioria dos casos deverá ser devido à infecção directa do apêndice aberto ou após breve obstrução.
Na maioria das vezes, a apendicite é uma condição aguda, porém, há casos de apendicite crônica ou recorrente, provocada pela obstrução intermitente do lúmen do apêndice. A apendicite recorrente pode ocorrer, por exemplo, quando há uma hipertrofia da mucosa do apêndice, levando ao acúmulo de secreções no seu interior. Ao contrário do que ocorre na apendicite aguda, na forma crônica ou recorrente, o aumento da pressão dentro do lúmen é suficiente para vencer a obstrução, provocando alívio temporário da inflamação e dos sintomas. Os pacientes com apendicite recorrente ou crônica podem apresentar quadros cíclicos de dor abdominal do quadrante inferior direito, que só desaparecem após a retirada cirúrgica do