APS sobre pontes
Nos últimos tempos muito tem-se falado e bem escrito a respeito de pontes estaiadas, esta magnífica solução para pontes de médio e grande vão e que se apresenta em parte como novidade.
Monumento Estaiado – Rodoanel – Trecho Sul
Parece-nos então oportuno lembrar através de alguns dados históricos que a solução vem de longe tendo sido usada já há muito tempo e em algumas obras espetaculares. A ideia é muito antiga, o próprio Leonardo da Vinci já a sugeriu em seus rabiscos (Fig. 1). Podemos encontrar dados mais precisos nas referências indicadas no final deste artigo, de modo especial na matéria apresentada pelo Prof. René Walther em seu livro Cable Stayed Bridges dedicado ao grande Fritz Leonhardt.
Uma das primeiras pontes construídas com estais e documentada, data de 1784 e foi construída toda em madeira, inclusive os estais, por um carpinteiro alemão de nome Löscher na cidade de Fribourg na Suíça. O seu vão era de 32 m (Fig.2).
Dessa mesma época datam pontes ao mesmo tempo pênseis e estaiadas, construídas nos Estados Unidos e na Inglaterra. Em 1817 dois engenheiros ingleses construíram na Inglaterra a King’s Meadows Bridge, uma passarela estaiada com 33,6 m de vão, usando estais de arame e pilares de ferro (Fig 3).
No mesmo ano foi construída a ponte em Dryburgh Abbey sobre o Rio Tweed com 79,3m de vão (Fig. 4).
Esta ponte apresentava fortes vibrações quando atravessada por transeuntes e seis meses depois de pronta, não resistiu a um vento muito intenso. O fato suscitou em 1823 uma manifestação de C.L.Navier, nome famoso na Resistência dos Materiais e que no artigo Report et Mémoires sur les Ponts Suspendus, propôs o sistema mostrado na Fig.5.
Mas os acidentes ocorridos com pontes estaiadas tanto na Inglaterra como na França e Alemanha levaram Navier a considerar as pontes penseis mais confiáveis do que as estaiadas.
Em 1824 construiu-se sobre o Rio Saale na Alemanha uma ponte com 78m de vão (Fig. 6) a qual