apresentação oral do poema errante.
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.
Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura...
Meu coração não chega lá decerto...
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto...
Eu tecerei uns sonhos irreais...
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
Hoje vou apresentar um poema de Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, que foi uma poetisa portuguesa.
Nasceu a 8 de dezembro de 1894, em Vila Viçosa. Morreu em matosinhos, no dia em que completava 36 anos de idade, ou seja, morreu a 8 de Dezembro de 1930.
Escreveu um pouco de tudo, desde poesia a prosa, Epistolografia e colectâneas.
(ler o poema)
Nº de estrofes: 4 estrofes
Esquema rimatico: abba / cdcd / efe / ghg (rimas emparelhadas: bb. Rimas cruzadas: cdcd / efe / ghg. Versos soltos: f / h)
Métrica: cada verso tem em médica 10 silabas métricas.
Tema: amor, coração
Recursos expressivos: ‘como essa mãe que viu partir o filho’ é uma comparação, que compara os sonhos irreais que doem, por não serem reais, as mães que perdem os filhos
Opinião sobre o poema: é um poema profundo e bonito, que expressa por poucas palavras o amor que os poetas têm mais dificuldade em sentir pelas pessoas.