Aprendizagem na Fronteira Brasil-Uruguai
POSSIBILIDADES DE UMA INTEGRAÇÃO FRONTEIRIÇA
VASCONCELLOS, Elisangela1; RIZZON, Carlos2
1
UNIPAMPA – elisvasconcellos.unipampa@gmail.com
2
UNIPAMPA – carlosrizzon@unipampa.edu.br
1. INTRODUÇÃO
Analisamos formas de ensino em ambos os lados da fronteira uruguaio-brasileira, nas cidades de Rio Branco e Jaguarão, levando-se em conta o convívio com o outro, ou seja, habitantes do mesmo lugar no mundo, mas de diferentes idiomas e nacionalidades.
Por suas raízes históricas, o povo da fronteira é uma mescla de diferentes origens.
A miscigenação de índios, portugueses, espanhóis e, mais tarde, negros deu origem a um novo tipo: o gaúcho ou “gaucho” que, “sem lei, nem rei”, viveu do gado que havia em profusão, podendo lutar ora de um lado, ora de outro, nas intermináveis guerras de limites. Mas se em suas origens eram praticamente iguais culturalmente, como se formou essa barreira cultural quase intransponível na atualidade entre os seres de ambos os lados da linha divisória? Além da questão da divisão política entre os dois países, até que ponto a questão educacional redundou nesses seres culturalmente distintos? Para analisar essas questões, investigamos causas dessa separação cultural, enfocando-se, para tanto, as propostas pedagógicas de ambas as nações.
Primeiramente, faz-se necessário pensar no conceito de fronteira. No seu sentido tradicional, a fronteira é vista como limite, como uma linha divisória fixa que separa duas regiões ou países; essa, porém, parece ser uma concepção pouco perspicaz da realidade e, portanto, pouco produtiva. A fronteira, na verdade, constitui-se pela sua mobilidade e compreende um espaço bem mais amplo que o limite, abrangendo-o; sendo maior ou menor conforme a efervescência humana das suas margens, sobretudo nas chamadas
“fronteiras vivas”, que, no dizer de PADRÓS (1994), “são aquelas caracterizadas por uma presença demográfica relativamente importante, manifestando uma integração