Aprendizado e Memória
De-Mello, N. COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DA ESCOPOLAMINA E DA BUSPIRONA EM MODELOS ANIMAIS DE ANSIEDADE E MEMÓRIA, Dissertação de Mestrado, UFSC, 1999.
INTRODUÇÃO
A interpretação de um estímulo ou situação como sendo perigosa geralmente, depende da natureza cognitiva. Mesmo nos animais destituídos de linguagem, a capacidade de processar os estímulos e contextos físicos e de compará-los com as expectativas formadas a partir das informações arquivadas nos bancos de memória, levando em conta também os planos de ação formulados pelo animal, são fundamentais para a detecção do perigo e a avaliação de sua intensidade e iminência. Também a escolha da estratégia de defesa a ser adotada, bem como o controle de sua execução, intervêm, novamente, operações cognitivas. Assim em função da experiência, os animais podem aprender diferentes estratégias para fugir ou evitar estímulos ou situações perigosas (Graeff , 1993).
Não chegamos realmente a entender de que maneira o cérebro humano avalia uma situação, produz um conjunto de possíveis ações, prevê resultados potenciais das diferentes atitudes, define as prioridades dentre as ações, mas essas atividades, sem dúvida, situam-se entre as funções cognitivas mais sofisticadas e possibilitam a mudança crucial da reação para a ação (Ledoux, 1998).
Portanto, a ansiedade só ocorrerá se existirem na memória dados que possibilitem uma interpretação dos estímulos e uma associação destes com contextos já vividos, e a evocação destes dados na memória pode se dar de forma consciente ou inconsciente (Ledoux e Muller, 1997). A memória fornece substratos para a manifestação da ansiedade e esta é necessária, em parte, para uma melhora em aspectos de armazenamento e evocação de informações armazenadas (Ribeiro et al., 1998).
1. 1 MEMÓRIA
Um dos fenômenos biológicos que mais tem despertado a atenção da comunidade científica nas últimas