Aprender antropologia cap3
A atividade científica do século XIX foi tipicamente oriunda do emergente contexto político no qual as conquistas coloniais das metrópoles européias configuram a antropologia moderna: momento em que o pesquisador acompanha os colonos. A África, Índia e os países da Oceania (focos da colonização européia) constituem os locais de reflexões das primeiras grandes obras de antropologia.
Os nativos destas regiões são descritos como primitivos, o ancestral dos civilizados, instante em que os antropólogos têm como objetivo o estabelecimento de um corpus etnográfico da humanidade. Gerando daí a Antropologia Evolucionista, que afirma que existe uma espécie humana idêntica, mas que se desenvolve em ritmos desiguais; no qual todos os povos passarão pelos mesmos estágios para ao final alcançarem o “nível” da “civilização” que caracterizavam os países europeus.
Podemos citar três preocupações centrais dessas investigações antropológicas: a descrição das populações mais “arcaicas” do mundo (aborígenes australianos), o estudo do parentesco para legitimar a anterioridade histórica dos locais estudados e o estudo das religiões que deterá uma visão de que essas crenças representariam uma fase anterior da história da humanidade (que logo evoluiria da fase religiosa para a científica).
Deve-se observar as constantes críticas ao pensamento evolucionista dessa época, a primeira é o erro dos antropólogos em apontar erroneamente o “atraso” das sociedades analisadas, considerando o desenvolvimento tecnológico da sociedade ocidental como prova da evolução histórica da humanidade. As sociedades fora do eixo ocidental estariam num estágio anterior e menos desenvolvido em relação aos países europeus.
A segunda crítica é feita em relação à ação do pesquisador. Pois este quando define de um lado o seu objeto de pesquisa (sociedades não-ocidentais) em contrapartida as supostas “vantagens” do mundo