aprendendo a viver
Nascido em Paris, em 1951, Luc Ferry é filosofo e um dos principais defensores do humanismo secular, visão do mundo que se contrapõe à religião, porquanto se vale da razão, e não da fé, na busca de respostas para as questões humanas mais importantes. O autor foi ministro da Educação na França, de 2002 a 2004, lhe rendendo esta obra o prêmio Aujourd’hui 2006, um dos mais conceituados prêmios de não ficção contemporânea da França.
A filosofia, na visão de Ferry, se apresenta como uma alternativa a disposição dos homens, auxiliando-o a superar seus medos e as angustias decorrentes da finitude humana. O objetivo do livro é fazer com que se compreenda o que é a filosofia. Os primeiros filósofos gregos partiam da ideia de que medo da morte paralisa a existência humana, impedindo-o de viver bem. A busca de uma nova forma de pensar a fim de se reduzir as angústias humanas constitui o objetivo do livro. Neste sentido, o autor apresenta uma alternativa laica à religião, buscando salvação dos medos que impedem o homem de chegar à vida virtuosa, através da razão (e não pela fé) e por si mesmo (em vez de um Deus).
Estabelecendo três dimensões para a filosofia, a inteligência (theórica), a sede de justiça (ética) e a busca da salvação (sabedoria), o autor analisa a construção do pensamento humano desde a filosofia grega, de tradição estoica, até a filosofia contemporânea, apresentando, no final, seu programa filosófico para a salvação.
Inicialmente, Ferry se reporta aos estoicos, na forma como compreendem o mundo, racionalmente, com uma lógica operando por traz do “caos” aparente das coisas, podendo a razão humana trazê-la a luz. O homem deveria, então, esforçar-se para compreender a ordem cósmica (theoria); em seguida (ética) fazer tudo para imitá-la e, finalmente, fundindo-se nela (sabedoria), encontrar seu lugar e assim alcançar uma forma de