Apontamentos Jean Gl Nisson
2147 palavras
9 páginas
GLÉNISSON, J. Iniciação aos Estudos Históricos. 5ª ed., São Paulo:Bertrand Brasil-Difel, 1986, 370 p.
CAPÍTULO II
A HISTÓRIA E O TEMPO
“Tempo houve, em que se definia a história por oposição às outras ciências do homem e se lhe atribuía, como domínio específico, “o que é particular, o que acontece apenas uma vez”: o fato único, o acontecimento”. (p. 28).
“A originalidade da história, consiste essencialmente na permanente consideração dos acontecimentos em seu desenvolvimento cronológico. [...].
Para um historiador não é essencial o desenrolar de um fato, mas sua verificação num momento dado. O historiador age no tempo, num tempo próprio a história e, segunda a bela formula de F. Braudel, “este tempo adere ao seu pensamento, assim como a terra se prende à pá do jardineiro”.(p. 29).
“Precisamos não apenas datar, mas determinar a duração dos fatos históricos.
Dentre eles, alguns são episódicos: puros acontecimentos. Já outros criam raízes, implantam-se, resistem ao tempo: são as instituições”. (p. 29).
“Deste cuidado em fixar a duração decorre, naturalmente, a atenção exigida pelas transformações. Pirenne comprazia-se em dizer que o historiador é aquele que nota a mudança das coisas, e Marc Bloch, seguindo Burckhardt, definia a história como a ‘ciência da mudança’”. (p. 29).
“Os psicólogos modernos declaram como sendo aquisições a memória do passado e a noção de futuro; nascem elas num momento dado do desenvolvimento do homem; são novidades mentais”. (p. 30).
“O tempo da história (a ideia de tempo(s) na história) tem a sua própria história”. (p. 31).
Os primitivos: “o curso do tempo físico é representado pelo retorno, segundo intervalos regulares, das tarefas sociais”. (p. 31).
“Não há passado, não há futuro, não há qualquer sucessão cronológica”. (p.
32).
Os gregos: “[...] o tempo podia mudar de qualidade, conforme se dividisse em períodos sagrados ou profanos, fastos ou nefastos. [...]. Era preciso buscar a razão da felicidade ou dos reveses experimentados em