Apontamento Sobre economia e capitalismo

Rebeca Pereira1

Sendo o capitalismo um sistema que encontra suas bases na iniciativa privada e onde é livre a exploração das oportunidades, visando ampliar o processo de acumulação de capital, ele se mantem vivo e com certa força enquanto ainda são possíveis soluções paliativas para amenizar as disfunções dele na sociedade e no próprio mercado, devido a sua característica autofágica como proposto por Kurz. Os setores do mercado não resistirão ao sistema que o capitalismo impõe sobre ele, pois uma vez que a acumulação vai se restringindo a uma parcela cada vez menor da população e o trabalho humano vai cada vez se extinguindo mais por conta das tecnologias, racionalização da produção, redução de custos etc... Deste modo, apesar do modelo fordista trazer vantagens para as empresas, a especialização, entendida como divisão internacional do trabalho, somada ao constante aperfeiçoamento dos modelos de gerenciamento da produção, resultam em recorrente redução na paridade do poder de compra do consumidos (PPC). Por fim se não houver consumidores o sistema vai à falência, pois eles são a sua fonte de sobrevivência, sem eles não há mercado, mas o próprio mercado influencia essa substituição. O que corrobora com a conclusão presente nos “Perdedores
Globais”.
A globalização, podemos concluir, retira do Estado os meios financeiros imprescindíveis para o desenvolvimento da própria globalização
(KURZ, 1997: 140).
Entretanto mesmo que postos todos os seus componentes o mercado necessita ainda de um ambiente favorável para que ele flua, ambiente este que é provido pelo Estado, então aí encontramos um problema: o meio de financiamento para o Estado manter este ambiente, considerando que, consoante Kurz, há uma crise na Ciência Econômica, ou seja, no Estado
Nacional (KURZ, 1997: 135).
Neste contexto, à luz do atual estágio de crise estrutural do capital, o meio empregado é o crédito governamental, no qual adquire crédito hipotecando o seu futuro, financia