Apologia De Socrates
2. ACUSAÇÕES E FUNDAMENTAÇÕES As acusações apresentadas, mesmo mais antigas e sem referir ao caso, mas podendo interferir na decisão final: “Sócrates comete crime, investigando indiscretamente as coisas terrenas e as celestes, e tornando mais forte a razão mais débil, e ensinando aos outros” (p. 59) e; “Sócrates comete crime corrompendo a juventude e não considerando como deuses aqueles em que todo povo acredita, porém outras divindades novas” (p. 65). Baseando a primeira no modo como Sócrates os indagou sobre sua sabedoria, e assim demonstrou, quando não mais os julgava sábios, já que os sofistas alegavam a si próprios os mais sábios, ensinado por onde vagavam a arte da retórica, os quais eram mestres, que estes “pareciam sábios sem serem” (p. 62). A situação tendo sido, de alguma forma, mal interpretada, teria causado uma hostilidade, levando o acusador a caluniá-lo. As segunda e terceira acusações tomam por base as atitudes dos seus jovens alunos, que ao não discernir de maneira adequada os