Apologia da historia
Marc Léopold Benjamim Bloch (Lyon, 6 de Julho de 1886 — Saint-Didier-de-Formans, 16 de Junho de 1944)
Cap. 01- A história, os homens e o tempo.
1. A escolha do historiador.
(P. 51) A palavra história é antiqüíssima desde que surgiu a dois milênios mudou muito de conteúdo.
(P. 52) Face a imensa e confusa realidade, o historiador é necessariamente levado a nele recortar o ponto de aplicação particular de suas ferramentas; em conseqüência a nela fazer uma escolha será um autentico problema de ação. E nos acompanhará ao longo de todo nosso estudo.
2. A história e os homens.
Para Marc Bloch dizer: “a história é a ciência do passado” é um grande erro. Pois a própria idéia de que o passado possa ser objeto de ciência é absurda. Como, sem uma decantação prévia, poderíamos fazer de fenômenos que não tem outra característica comum a não ser terem sido contemporâneas, matéria de um conhecimento racional?
(P. 53) Na origem da historiografia, os velhos analistas não se constrangiam nem um pouco com tais escrúpulos. Narravam, desordenadamente acontecimentos produzidos mais ou menos no mesmo período: como eclipses, chuvas de granizo, batalhas, erupções, mortes de heróis e reis, etc.. após esse momento inicial, pouco a pouco operou-se a classificação necessária. Dividindo por exemplo em astronomia, geologia etc.
(P. 54) Mas apesar disso na nova historiografia a aliança de duas ou mais disciplinas revela-se indispensável a certas tentativas a certas tentativas de explicação. Michelet e Fustel de Colanges, nos ensinaram a reconhecer: o objeto da história é, por natureza o homem. Digamos melhor, os homens, pois são os homens que a história quer capturar.
(P. 55) 3. O tempo Histórico.
“Ciência dos homens” dissemos. É ainda vago demais. É preciso acrescentar: “dos homens no tempo”. O historiador não pensa apenas o “humano”. A atmosfera em que seu pensamento respira naturalmente