Apocalipse 9,1-21

APOCALIPSE

Ap 9,1-21 Nesse capítulo o anjo anuncia calamidades aos habitantes da terra, relacionando-os com o toque das três trombetas, "ai, ai, ai". Essa expressão, João explica no final da quinta trombeta, que significa desgraça, sofrimento e maldição. Devemos lembrar que estamos lidando com uma linguagem simbólica e, como disse o Pequeno Príncipe, "só se enxerga com o coração o essencial". Portanto o Apocalipse é um texto para ser compreendido, interpretado. A quinta trombeta coincide com o primeiro "ai" (9,12). João lhe dá mais atenção que as anteriores. Diz aos gafanhotos que não causem danos à erva nem às árvores, mas só aos homens que não tenham a marca de Deus e "os que habitam na terra" os ímpios. No versículo 8,10, João viu cair um astro, aqui nesse versículo, ele vê um astro caído, arruinado e personificado porque recebe a chave do poço do abismo. Uma imagem que faz lembrar um anjo das trevas, responsável pelas desgraças do mundo. Por trás das calamidades Ele vê Satanás, particularmente o juízo de Deus, porque Satanás é o anjo caído (12,9). Os gafanhotos que saem do "poço do abismo", representam a invasão estrangeira e o poder político-militar para a tradição profética que o João se inspira (Joel 1-2). Ele diz que a origem dos gafanhotos invasores e destruidores está no domínio do "Satanás", "exterminador' (v.11). É claro que é uma visão como todas as outras do Apocalipse que João diz ter visto. O segundo "ai" vem com o toque da sexta trombeta, causado pelas catástrofes terríveis, que provocarão a morte "da terça parte dos homens" (v.v.15.18). Aqui, diferentemente do 7,1-3, em que os anjos estavam detidos a fim de que não causassem dano à terra nem aos eleitos, dá-se agora a ordem de soltar os quatro anjos "para matar... a terça parte dos homens" (v.15). Não conhecemos os anjos, não sabemos que são mensageiros e instrumentos de Deus no julgamento. E é Deus quem controla e determina os limites do tempo, "a hora, o dia, o mês e o ano (v.15)