Aplicação do positivismo e capitalismo ilusório
O núcleo da filosofia de Comte insiste na idéia de que a sociedade só pode ser convenientemente reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Comte achava que era necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar de acordo com os estados de ciência do seu tempo.
Com relação ao principal problema social de sua época, o crescimento do proletariado industrial, a posição de Comte não foi uma posição revolucionária como a de Marx, pois ele considerava que todas as medidas sociais deveriam ser julgadas em termos de seus efeitos sobre a classe mais numerosa e mais pobre. Os capitalistas deveriam ser moralizados e não eliminados, ou seja, a propriedade privada deveria ser mantida.
Contudo, ele visava agora a aplicação de seu positivismo na vida social. Comte dizia que o positivismo era uma filosofia universal e que as camadas sociais mais pobres deveriam compreendê-lo e aplicá-lo diariamente. Além do mais, ele acreditava que o homem devia ser solidário com o próximo, em relação a desenvolver o seu papel na sociedade e também de não se importar apenas consigo, mas sim acabar com sua individualidade e se abrir para um todo. Inclusive, Comte mostra que não existe profissão superior ou inferior, mas que todos fazemos parte deste todo, cada um com sua importância; ou seja, se um lado ceder, o todo sofre um "abalo".
Atualmente, as pessoas se esquecem que fazem parte de uma classe trabalhadora e querem agir como se fossem da camada social mais rica. Elas gastam excessivamente com coisas supérfluas, principalmente pelo fato de estarmos no século da velocidade, onde tudo muda rapidamente e a tecnologia avança em questão de segundos. Nós somos levados a acreditar que consumimos o que é nosso por direito e que o trabalho nos proporciona melhorias, embora tudo isso não passe de mera ilusão. É notável que a classe trabalhadora é levada a defender um ideal que não é favorável a eles, mas sim ao capitalismo.